Evento “Sou África” marca encerramento de ciclo anual de projetos e ações na temática da Educação Integral Antirracista

Nos dias 18 e 19 de novembro, a Estação Conhecimento de Arari foi palco do evento “Sou África”, que promoveu o diálogo de diversas linguagens e fontes de conhecimento, com o objetivo de fortalecer valores afrobrasileiros. O evento girou em torno de atividades como: circularidade, religiosidade, musicalidade, memória, ancestralidade e ludicidade, fundamentais para o desenvolvimento das crianças e adolescentes. 

Durante os dois dias, os grupos Semear, Germinar, Desenvolver e Florescer participaram de um conjunto de atividades educativas e culturais. No primeiro dia, os atendidos acompanharam a apresentação do grupo “Oficina Afro”, que dinamizou os conceitos de cultura e arte africanas através da musicalidade, além de uma palestra sobre a temática “Consciência Negra”, ministrada pela Educadora Popular e Mestra Waldeci do Vale. A programação também incluiu um “Show de Batalha de Rima”, onde jovens expressaram sua criatividade, e uma “Roda de Capoeira”, com projeções dessa importante manifestação cultural brasileira de origem africana. 

O evento ainda contou com a “Batalha Show de Breaking”, que trouxe a energia da dança de rua para a Estação Conhecimento. Para as crianças, uma Contação de História com Heidy Ataides encantou o público, proporcionando uma experiência lúdica e educativa, ao resgatar a memória e ancestralidade africana. 

No segundo dia, 19 de novembro, o evento foi agitado com um vasto leque de atividades culturais, incluindo a participação do grupo musical Aquilombar, que levou a sonoridade afro-brasileira para o público presente. Outras apresentações como “Afro Tribal”, protagonizado pelo Germinar 2, “Liro Coré Baba”, florescer 1 e “Popo Rí Africano” enriqueceram ainda mais a programação com músicas que celebram a identidade negra e a resistência cultural. O “Club da Música Zeca Baleiro”, também esteve presente, com uma performance que celebrou a diversidade da música brasileira. 

A programação ainda contou com atividades independentes, como o “Samba de Roda”, uma manifestação cultural típica que envolve o público em uma roda de dança, e a “Voz do Silêncio”, que trouxe uma reflexão sobre a importância da memória e de como a fala pode trazer cura. 

Fechando com chave de ouro, a Roda de Capoeira voltou ao palco, encantando novamente os presentes com a expressão artística e o simbolismo da luta e resistência afro-brasileira. 

Sobre o “Sou África” 

A proposta do projeto “Sou África” ​​surgiu dentro do programa de cultura, que abrange a capoeira, música e dança, com o objetivo de explorar as diversas manifestações artísticas. Com foco na temática da negritude e nas influências africanas presentes no território, o projeto buscou aprofundar o entendimento sobre essas raízes culturais. As atividades foram planejadas de maneira integrada, com destaque para a criação de músicas, coreografias e ritmos, que resgatam essas influências. 

Dentro das coreografias, foi destacada a figura da Abayomi, boneca africana, que simboliza resistência, e também a dança inspirada na música “Crioulo Doido”, que aborda questões ligadas à identidade negra, além de outras coreografias. O processo de criação envolveu uma reflexão profunda sobre a origem da música e sobre como os movimentos poderiam traduzir seus significados. Além da criação dos passos e da execução, o projeto se preocupa em transmitir o simbolismo de cada atividade, incentivando as crianças e adolescentes a compreenderem o porquê de cada atividade. 

O projeto também se dedicou a investigar a conexão entre as danças e seus contextos históricos, como o vínculo com a caça e o contato com o chão, estimulando a reflexão sobre as raízes culturais dessas práticas. Ao longo de todo o processo, buscou-se não apenas promover uma vivência artística, mas também desenvolver a consciência crítica dos participantes, abordando temas como racismo, preconceito e a importância das leis e políticas públicas no combate a essas questões. Dessa forma, a temática da negritude foi abordada de maneira ampla, sendo diluída em diferentes linguagens dentro do eixo cultural, enriquecendo a formação e o entendimento das crianças e dos adolescentes.

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